terça-feira, 27 de março de 2018

Filme 01: CRÍTICA: Medianeras (Gustavo Taretto, 2011)


FILME 01: Medianeras: Buenos Aires da era do amor virtual
MÓDULO: O contemporâneo em questão
      DATA DA EXIBIÇÃO: 04/04/2018
HORÁRIO: 16:30 h
SALA: Laboratório Multimídia (Bloco F - UEMS - UUCG)

MEDIANERAS: UM CONVITE AO OLHAR

Já faz alguns anos que Gustavo Taretto lançou um filme síntese das relações amorosas na contemporaneidade: Medianeras: Buenos Aires na era do amor virtual (Argentina, 2011) e surpreende notar o quanto essa produção, aparentemente despretensiosa, permanece atual.
Nessa película, um dos mais criativos de sua geração atualiza em contexto portenho as fragilidades e desencontros nas relações humanas minuciosamente analisadas por Zygmunt Bauman no início do século em Amor líquido. Mas não só. Porque ao realizador argentino não interessa o estudo sociológico da questão (perspectiva mais próxima de seus compatriotas Pablo Trapero, diretor de cinema, e Beatriz Sarlo, ensaísta, por exemplo), mas antes narrar sua própria metáfora de como a pós-modernidade influencia e condiciona os sentimentos e os afetos. 
 Um signo inequívoco desse processo é a onipresença da internet, desde os conhecidos chats de namoro (precursores dos aplicativos...) até os sofisticados jogos no computador, dentre eles, até mesmo um prescrito pelo próprio psicanalista com a promessa de combater vários distúrbios do sono. Dormir pouco é apenas um dos muitos males de que padece o protagonista, Martin, um criador bem sucedido de websites, próximo à casa dos trinta anos, que se vê mergulhado numa solidão atroz.
No extremo oposto surge Marina, arquiteta que não conseguiu se firmar na profissão e que acaba de sair de um relacionamento morno. O que une essas duas pessoas que à primeira vista parecem ter pouco em comum? O mundo virtual e a cidade de Buenos Aires, onde vivem na rua Santa Fé, com seus prédios de várias épocas e estilos arquitetônicos que atestam a memória, a história, o flerte com a vanguarda, a presença incontornável do kitsch, em suma, tudo que há de desordem urbana intercalada com uma beleza arredia e caótica. 
 É nesse cenário que vamos encontrar os personagens mergulhados em aflições e dúvidas. Quem assistir ao filme, no entanto, atestará a singular habilidade de Taretto de abordar questões viscerais da psicologia humana com profundidade e otimismo na medida certa. Arriscaria dizer que ele conjuga o que há de melhor no cinema argentino atual: a percepção dramática do peso dos grandes eventos pelos quais passa o ser humana, como faz magistralmente Daniel Burman, com o lirismo e a poesia do melhor Juan José Campanella.  A todos os cinéfilos que quiserem nos acompanhar, um ótimo filme e um debate estimulante!

Lucilene Soares da Costa
 (professora do curso de Letras da UEMS - UUCG)

terça-feira, 20 de março de 2018

INSCRIÇÕES ABERTAS PARA PARTICIPAR DO CINECLUBE UEMS! JUNTE-SE A NÓS!


Pessoal, iniciaremos as ações do Cineclube UEMS a partir de abril. Trata-se de um projeto de extensão que visa fomentar a exibição e discussão de filmes com alto valor estético e importantes para a compreensão da sociedade.
Garanta sua vaga e faça a inscrição pelo e-mail cineclubeuems@gmail.com ou na coordenação de Letras da Unidade Universitária de Campo Grande.