Cineclube UEMS: sessão de 07/11/2024

 


    Como o Holocausto deve ser abordado na Cinema? É moral que artistas se beneficiem de algo que retrata o maior genocídio da História recente? É ético que pessoas que não foram diretamente afetadas interpretem as vítimas? Estas são algumas questões que têm sido debatidas até hoje. O Holocausto deixou uma cicatriz gigante no nosso planeta e os exterminados, segregados, oprimidos pelo nazismo acendem a chama dessas questões debaixo daquilo que alguns de nós acreditamos ter uma grande licença para tratar de assuntos delicados e polêmicos: a própria Arte.

    Os filmes sobre o Holocausto são inúmeros e também são os pontos de vista sobre a problemática citada acima. Alguns são clássicos para o público e a crítica, como A Lista de Schindler (1993), porém, podem e têm sido criticados por apresentar uma visão subjetiva do que ocorreu, quando o olhar objetivo e imparcial é tido como a única maneira de contemplar o ocorrido. Outros, como A Vida É Bela (1997) e Bastardos Inglórios (2009) agitam ainda mais o debate ao se valerem de comédia e uma versão alternativa da História, respectivamente. Talvez um olhar documentário seja a resposta, como Shoah (1985), um compilado de relatos de testemunhas afetadas e responsáveis pelo genocídio que dura mais de nove horas.

 


 

    O próximo filme a ser exibido no Cineclube UEMS, Noite e Neblina, do aclamado diretor francês Alain Resnais (Hiroshima, Meu Amor; O Ano Passado em Marienbad), é resultado da sua colaboração com Jean Cayrol, sobrevivente dos campos de concentração. Este escreveu a narração, que comunica a impotência que uma obra artística tem diante de um evento tão monumental, mais de uma década depois do fim da 2ª Guerra. Porém, não é um esforço inútil, nem inócuo: expõe a calamidade estarrecedora em detalhes vívidos, comunicando de modo excepcional uma parte da História que não deve ser esquecida. Do outro lado da moeda estão as imagens dos campos de concentração tanto da época em que estavam ativos como após, no período em que o filme foi lançado. Ao juntar filmagens em preto-e-branco passadas com as cores vivas do então presente, Noite e Neblina faz uma justaposição do sofrimento em seu período mais abundante com as ruínas melancólicas e estranhamente inertes da máquina nazista, a qual, segundo a narração, representa um mal que não deixou de existir em formas diferentes desde então.

    Não perca esta sessão! Teremos a exibição de filmes e debate logo após.

📍Local: UEMS - Sala S10 - Bloco F

🗓️Data: 07/11/24

🕔Horário: 17h

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